Em tradução direta, a expressão eco-friendly significa algo como ‘amigo da natureza’. Geralmente, tal expressão é usada para deixar claro que um produto ou serviço foi feito de maneira ecológica — com menos danos ao meio ambiente ou até mesmo ajudando a preservá-lo.
Importante destacar que o termo vem sendo muito empregado em greenwashing — campanhas publicitárias que vendem a ideia de um produto ou serviço sustentável quando ele passa longe de ser isso — e isso torna importante entender o conceito e quando ele se aplica.
Se você continuar lendo, garanto que vai aprender:
- o que significa a expressão “eco-friendly”;
- quando você é autorizado a anunciar que é seus produtos são;
- o que a lei diz sobre isso;
- o que acontece com uma empresa que mente a respeito;
- e dicas para fazer tudo de um jeito certo, mesmo num universo de incertezas.
E não esquece, o campo de comentários sempre fica a disposição se depois da leitura ficar alguma dúvida ou você quiser expandir o debate!
O que significa ser eco friendly?
A expressão eco friendly, que pode ser traduzida como ‘amigo da natureza’ ou ‘ecologicamente correto’, é utilizada quando queremos informar que algo não agride a natureza.
Como exemplo, poderíamos dizer que um restaurante é eco-friendly se a forma que ele produz a comida envolve processos que não prejudiquem o meio ambiente.
O termo nasce da necessidade de criar um encontro entre demandas e ofertas sustentáveis, para:
- pessoas que querem fazer consumo consciente de produtos sustentáveis;
- empresas que produzem produtos ou serviços sustentáveis;
- a necessidade de se comunicar que algo é sustentável de maneira simples e rápida;
A partir disso, diversas empresas começaram a colar um selo verde com os dizeres ‘eco-friendly’ em anúncios e embalagens. Mas o fato destes selos estarem lá não garante que realmente sejam verdadeiramente produtos/serviços sustentáveis.
É onde mora a armadilha: não existe uma organização que monitore ou sequer proíba que qualquer empresa use a expressão ‘eco-friendly’ em seus anúncios.
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Quando posso dizer que meus produtos ou serviços são eco friendly?
Em termos de lei brasileira, não existe muita regulamentação a respeito e isso deixa tudo dentro de um rol de ética e responsabilidade das empresas.
Há quem aponte, por exemplo, que o Código do Consumidor pode agir no combate ao greenwashing quando proíbe e exige reparações ao consumidor em caso de propaganda enganosa. Na prática, isso é incomum.
Até houve uma tentativa de regulamentar a coisa toda. Em 2012 circulou pela câmara dos deputados um projeto de lei que propunha regulamentar a chamada ‘maquiagem verde’. Três anos depois o projeto foi arquivado e ficou por isso mesmo.
Ou seja, qualquer um pode simplesmente dizer que seu restaurante é eco-friendly porque é, por exemplo, vegano.
O que acontece se eu mentir ou sugerir indevidamente que meu restaurante ou meus produtos são eco-friendly?
Eu imagino (e torço, na verdade) que, se despertei sua curiosidade com essa parte do texto, não é por intenção de enganar ninguém.
É uma dúvida genuína, pois a sustentabilidade (e em especial ESG) envolvem questões técnicas que são tão complicadas que assustam e, se você quer ser ético e responsável, não quer cometer um deslize desses.
Então vamos lá. Dificilmente haverá uma fiscalização por parte do governo querendo comprovação de algo que você anunciou, porém isso não significa que a negligência não possa ter consequências.
Os clientes de todas as idades, mas em especial os das novas gerações, estão bem atentos quanto a greenwashing e práticas responsáveis por parte das organizações. Passar uma informação falsa não vai demorar para ser facilmente notado e virar uma grande dor de cabeça nas redes sociais.
Sabemos bem que a memória do brasileiro tende a ser bem curta e eles logo esquecem esse tipo de coisa. Mas a não ser que você seja uma megaempresa que tem dinheiro para lidar uma crise de imagem e sustentar os prejuízos financeiros de curto prazo, não sei se vale a pena o risco.
E, se você é parte de uma grande empresa, um escândalo de greenwashing pode prejudicar – e muito – a relação da sua empresa com investidores e parceiros de negócios.
Então eu devolvo a bola para você: vale a pena o risco?
Cabe destacar que, até aqui, eu apenas falei da lógica de ganhos e perdas. Ainda sequer chegamos nos aspectos éticos: é irresponsável e antiético mentir para seus clientes.
Dica para quem quer divulgar que é eco-friendly
Seja transparente.
Se você acredita que vale a pena divulgar que seu restaurante ou seus produtos são eco-friendly, deixe bem claro O MOTIVO. Permita que seus anúncios e embalagens envolvam QR Codes, links ou notas que ajudem o cliente a entender melhor a questão.
Você é eco-friendly porque o alimento é orgânico? Divulgue que é por isso.
É por isso é uma série de outras coisas? Crie uma página na internet e escreva sobre isso, faça um video no Youtube ou vários rheels a respeito no Instagram.
Formas de fazer do jeito certo, mesmo diante de incertezas, não faltam.
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Antes de encerrar o texto, queria deixar claro que existem formas de você terceirizar a análise sobre a sustentabilidade dos seus processos. Existem inúmeras organizações, muitas já especializadas no ramo da alimentação, que fazem auditorias, análises e emitem certificações reconhecidas.
Mas claro, tudo isso tem um preço. Por isso esse material até aqui foi um levantamento um tanto quanto superficial da coisa, mas indicado para quem quer ter uma base antes de avançar no assunto.
Se ficou alguma dúvida, comenta aqui embaixo!
Referências:
- Artigo de Andrea Mazzei para o JusBrasil realizando uma análise sobre Código de Direito do Consumidor e a prática de Greenwashing.
- Texto do SEBRAE sobre como obter certificações sustentáveis
- Artigo da Stella Legnaioli para o e-Cycle sobre o significado do termo Eco-Friendly
- “What Does ‘Eco-Friendly’ Actually Mean?“, artigo (em inglês) bem abrangente sobre o significado da expressão hoje em dia. Escrito por Amina Lake Abdelrahman
Entusiasta de todos os pontos de intersecção entre gastronomia e cultura. Formado em Nutrição & Dietética e Gastronomia (ambas as formações pelo SENAC) e superior em Gestão de empresas pela Faculdade Dehoniana e formando em Jornalismo pela Estácio.
