Gestão é uma daquelas palavras que, por ter se tornado corriqueira no dia a dia de qualquer trabalhador, foi ganhando contornos de algo do bom senso. Algo como se cada um pudesse ter seu próprio sentido para o que é boa gestão.
Tão é o perigo desse bom senso que o Brasil é um dos países com a maior taxa de fechamento de empresas anualmente. Liderando esse ranking estão justamente os restaurantes, bares e demais empresas do setor de Alimentos e Bebidas (A&B).
Então precisamos definir com prudência o que é gestão. Por isso, antes de qualquer outro tema, é importante esclarecermos:
Afinal, o que é gestão?
Primeiro, vamos para uma definição oficial: Gestão é uma ação, que envolve “administrar uma organização no sentido de seus objetivos, que podem ser de manutenção ou de crescimento” (Nishio & Alves, 2019).
Mas, mesmo para quem entende o significado desse conjunto de palavras, pode não ser nítida a conexão entre essas ideias dentro de um mesmo conceito. É um tanto quanto abstrato, por isso vamos esmiuçar mais.
A especialidade humana
Gosto de pensar que, dentro diversas habilidades, aquela que torna o ser humano realmente especial é sua capacidade de administrar recursos da natureza. O ser humano pode mover coisas daqui para lá, desde seres a nível bacteriano, até toneladas de materiais para a construção de um prédio de inúmeros andares.
Essa habilidade especial de movimentar recursos dá ao ser humano a capacidade de mudar radicalmente qualquer cenário, desde derrubar quilômetros de florestas à reflorestar um deserto. E isso se potencializa quando um ser humano se une a outro: nada é tão poderoso quanto a união de várias mãos ao entorno de um único objetivo.
A ciência por trás de organizar as pessoas
Esse agrupamento de seres humanos ao entorno de objetivos, o que chamamos de ‘organização’ depende de 4 coisas principais para funcionar:
- Objetivos: o que iremos fazer;
- Recursos: com o quê iremos fazer;
- Pessoas: com quem e o que sabemos fazer;
- E os processos: de que jeito vamos fazer.
Para cada um desses componentes mencionados acima, a ciência da administração tem sua própria disciplina: planejamento para definir objetivos, economia para lidar com escassez de recursos, Liderança e RH para lidar com pessoas e a gestão de processos para lidar com o último.
Mas isso significa que para administrar seu negócio você precisará de anos de estudos?
A resposta é não! Cada uma dessas ciências, com faculdades de 2 a 4 anos, foi feita para formar especialistas, capazes de descobrir em poucos segundos as falhas em organizações de grande porte. E são ótimos consultores para pequenas empresas.
Mas você, que é dono do seu próprio negócio, pode focar em apender os pormenores da gestão da sua área. E por isso a gestão se divide em tantos nichos: gestão de A&B (nosso caso), hotelaria, produção, pedagógica, e por aí vai.
O importante é jamais deixar de buscar a teoria sobre gestão e encontrar o jeito de aplicá-la em sua empresa, porque não há fórmula mágica: cada organização tem sua própria forma de gestão.
Estudar ajuda a encontrar a melhor forma no menor tempo possível, ou seja, estudar te ajuda a encontrar a implantar a BOA GESTÃO no seu negócio.
O que é boa gestão?
Se cada negócio tem sua própria gestão, dá pra gente definir parâmetros para o que é uma boa gestão?
A princípio, essa reflexão logo pode fazer a teoria da gestão parecer algo descartável e que apenas o conhecimento empírico – como chamamos o conhecimento que vem do ‘chão de fábrica’ ou, no caso, do dia a dia da cozinha – é realmente importante. Mas não se engane.
Negócios de sucessos, que sobrevivem por décadas e mantém crescimento constante, tem váaarios pontos em comum. Entre eles está a busca pelos chamados “3 Es”:
- Efetividade: capacidade de atingir objetivos;
- Eficácia: saber escolher os melhores métodos para atingir o objetivo;
- E, o principal no caso dos negócios de A&B, a eficiência: saber usar os métodos com o melhor custo-benefício (de tempo e dinheiro!).
O bom gestor então domina esses 3Es no que se relaciona ao seu próprio negócio.
Fique por dentro: O que é CMV, como isso aumenta seu lucro e como calcular?
Ele saberá traçar, de maneira realista, quanto é capaz de vender, para quem vender, quando vender, como produzir, com quais ingredientes, com quais técnicas de cozinha, com quais estratégias para entrega ou atendimento, além de ter na ponta da língua quanto tudo isso está custando – sempre em busca de melhoria constante.
Pareceu trabalhoso? Bem, é porque é. Mas não adianta fugir disso se o seu objetivo é fazer seu negócio de A&B ter sucesso, lucro e se manter de pé por anos a fio. Gostou desse conteúdo? Então acompanhe nosso blog. No próximo post, abordaremos o que forma a roda de todo negócio e como mantê-la girando.
Referências
Nishio, E. K., & Alves, A. M. (2019). Gestão de Negócios em Alimentação: Casos e Soluções. São Paulo: SENAC SP.
Entusiasta de todos os pontos de intersecção entre gastronomia e cultura. Formado em Nutrição & Dietética e Gastronomia (ambas as formações pelo SENAC) e superior em Gestão de empresas pela Faculdade Dehoniana e formando em Jornalismo pela Estácio.
