O que é MPV e o que tem a ver com restaurantes?

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O que é Mínimo Produto Viável (MPV)?

Mínimo Produto Viável (MPV) é a espinha dorsal de qualquer startup que se preze e isso inclui restaurantes.

É aquela versão tão enxuta de um produto que chega a dar dó, mas que possui o suficiente para ser lançada ao mercado.

A ideia é simples: testar rápido, falhar rápido, aprender rápido. Isso evita que você torre dinheiro desenvolvendo algo que ninguém quer.

O MPV ajuda a captar o feedback essencial dos primeiros usuários. Essas primeiras almas corajosas que decidem dar uma chance ao seu produto são cruciais. Elas vão dizer onde você acertou, onde errou feio, e, mais importante, vão ajudar a direcionar os próximos passos do seu desenvolvimento.

Muitos empreendedores cometem o erro de querer lançar o produto perfeito. Notícia flash: o produto perfeito não existe. O MPV te ensina a abraçar as imperfeições e a ver beleza na simplicidade. É sobre colocar no mundo algo que resolve um problema real, mesmo que de forma básica.

A importância do MPV não pode ser subestimada.

Ele é a prova real de que sua ideia tem potencial. Sem ele, você está apenas chutando no escuro. Com ele, você tem uma tocha na mão, iluminando o caminho à frente.

O Capelli bateu a cabeça? O que MPV tem a ver com restaurantes?

A lógica do MPV aplica-se perfeitamente ao universo dos restaurantes, especialmente para aqueles em fase inicial.

Imagine lançar um cardápio com centenas de opções. Isso não só é um pesadelo logístico, como também dilui a qualidade. O MPV, nesse contexto, é o seu ‘menu enxuto’, só com os pratos que você sabe que pode preparar e fazer sucesso.

Esse cardápio inicial permite testar o paladar dos seus clientes sem arruinar sua cozinha com exigências impossíveis.

É a sua chance de ver o que realmente agrada antes de investir em ingredientes caros, equipamentos robustos ou técnicas complicadas.

  • Recebeu feedback positivo? Ótimo, expanda a partir daí.
  • Não funcionou? Bom, pelo menos você não comprometeu todo o seu orçamento.

Aqui, o falhar rápido é literal. Um prato pode não ser bem recebido, mas isso te dá direcionamento imediato sobre o que mudar. Ao invés de ficar preso à ideia do restaurante perfeito, você se adapta, melhora e evolui.

Isso mantém os custos baixos e a satisfação dos clientes alta, enquanto você refina sua visão.

Portanto, para os restauranteurs de primeira viagem, pensar como uma startup pode ser a chave para o sucesso. Defina seu “MPV culinário”, colete feedback e ajuste. Essa é a receita para criar uma experiência única para seus clientes, sem quebrar a banca antes mesmo de começar.

Como fazer um MPV para restaurantes

Definir seu “MPV culinário” envolve um mix de autoconhecimento, pesquisa de mercado e muita observação. Aqui vai um roteiro básico para te ajudar nessa missão:

  • Conheça seu conceito: Antes de mais nada, você precisa ter clareza sobre o conceito do seu restaurante. É uma pizzaria artesanal? Um bistrô francês? Um food truck de comida vegana? Esse conceito vai nortear todas as suas escolhas.
  • Identifique seu público-alvo: Quem são seus clientes ideais? Famílias procurando um jantar agradável? Jovens em busca de uma experiência Instagramável? Conhecer seu público é essencial para criar um menu que os atraia.
  • Escolha pratos-chave: Baseando-se no seu conceito e no seu público-alvo, selecione um número limitado de pratos para compor seu MPV culinário. Estes devem ser itens que você sabe que pode preparar bem e que tem potencial para agradar.
  • Foque na qualidade: Com um menu enxuto, cada prato precisa brilhar. Isso significa usar os melhores ingredientes que seu orçamento permite e dedicar atenção aos detalhes na preparação.
  • Teste e colete feedback: Com o seu MPV culinário definido, é hora de testar. Ofereça seu menu a um grupo selecionado de pessoas e veja como elas reagem. Peça feedback honesto sobre tudo, desde o sabor até a apresentação dos pratos.
  • Esteja pronto para ajustar: Talvez o prato que você pensou que seria um sucesso não agrade tanto. Ou talvez um item surpreenda positivamente. Esteja aberto para fazer ajustes com base no que você aprender.
  • Repita o processo: O desenvolvimento do seu menu não termina após o lançamento. Continue testando novos pratos e coletando feedback. Assim, você mantém seu menu fresco e alinhado com os desejos dos seus clientes.

Definir um MPV para restaurantes é um processo iterativo de experimentação, feedback e ajustes. É assim que você encontra a combinação perfeita de pratos que não apenas satisfazem, mas também encantam seus clientes.

Iteração e interação: cada macaco no seu galho

Iteração e interação podem parecer primas de primeiro grau, mas na cozinha do empreendedorismo, elas cozinham em fogões diferentes. Vamos desembaraçar isso:

Iteração é quando você repete um processo várias vezes, fazendo pequenas mudanças a cada rodada, com o objetivo de melhorar o resultado. Imagine fazer a mesma receita de bolo várias vezes, ajustando a quantidade de açúcar ou chocolate em cada tentativa, até chegar ao sabor perfeito.

No contexto do seu MPV culinário, iterar significa testar seu menu, coletar feedback, fazer ajustes e testar novamente, refinando continuamente a oferta do seu restaurante.

Interação, por outro lado, é sobre a comunicação ou o efeito recíproco entre duas partes. No restaurante, isso pode ser o diálogo entre a equipe de cozinha e os clientes, ou como o ambiente do restaurante influencia a experiência de jantar. A interação foca mais no relacionamento e na comunicação do que na repetição e ajuste de processos.

Quando falo de iteração na criação do seu menu, estou falando sobre esse ciclo contínuo de teste, aprendizado e aprimoramento. Não é apenas lançar um prato e esperar o melhor. É sobre lançar, aprender com as reações, ajustar e lançar de novo.

Esse processo de iteração ajuda a afinar cada detalhe, desde o sabor até a apresentação, garantindo que o que você serve não apenas atende, mas supera as expectativas dos seus clientes.

Chipotle Mexican Grill

Um caso clássico que se encaixa nessa narrativa de sucesso a partir de um MPV é o da rede Chipotle Mexican Grill.

A história de como eles começaram é um exemplo perfeito de como aplicar o conceito de MPV no mundo dos restaurantes e, com isso, alcançar o sucesso.

Chipotle e seu MPV: Quando Steve Ells abriu o primeiro Chipotle em 1993, ele começou com um menu extremamente simples, focado em poucos itens bem-feitos: burritos, tacos e algumas guarnições.

A ideia era testar o conceito de fast-casual mexicano em Denver, Colorado, com um investimento inicial baixo e um menu limitado, mas de alta qualidade.

O que aconteceu? O sucesso foi quase imediato. A qualidade dos ingredientes, a eficiência na preparação e a experiência geral do cliente superaram as expectativas. O feedback dos primeiros clientes foi tremendamente positivo, o que permitiu a Ells refinar ainda mais seu conceito e expandir o menu gradativamente.

A partir desse MVP inicial — um restaurante com um menu enxuto, focado em ingredientes frescos e preparação rápida —, a Chipotle expandiu-se para se tornar uma das maiores cadeias de restaurantes do tipo fast-casual do mundo.

Eles mantiveram o compromisso com ingredientes de qualidade e práticas sustentáveis, elementos que estavam presentes desde o início.

As Dark Kitchen como pontapé inicial

Vários empreendedores estão testando suas ideias com o modelo de Dark Kitchens. Também chamadas de Ghost ou Cloud Kitchens, são aquelas que não tem atendimento. São feitas só para produzir e atender por delivery.

Confira aqui o meu último post sobre as Dark Kitchens e como elas ajudam no seu MVP.

Ficou na dúvida? Comenta pro Fernando

Acho que agora ficou um pouco mais claro como esse simples (ou talvez nem tanto) conceito de MVP pode ajudar pra tirar seu restaurante do papel.

Se ficou na dúvida com alguma coisa, deixa seu comentário aqui embaixo. Mas, se entendeu tudo e gostou do conteúdo e quer conhecer mais, confira nosso blog.

Arrivederci!

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